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sábado, 25 de abril de 2009

25 de Abril de 1974 - Liberdade



Excerto do poema«As Portas que Abril Abriu«José Carlos Ary dos Santos


Era uma vez um país
onde entre o mar e a guerra
vivia o mais infeliz
dos povos à beira-terra.

Onde entre vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo se debruçava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza.

Era uma vez um país
onde o pão era contado
onde quem tinha a raiz
tinha o fruto arrecadado
onde quem tinha o dinheiro
tinha o operário algemado
onde suava o ceifeiro
que dormia com o gado
onde tossia o mineiro
em Aljustrel ajustado
onde morria primeiro
quem nascia desgraçado.

Fonte:PCP onlie

quarta-feira, 22 de abril de 2009

22 de Abril de 1974


"...As unidades revoltosas entram em alerta desde o primeiro minuto deste dia.No restaurante do "drugstore" Apolo 70, em Lisboa, Otelo Saraiva de Carvalho, acompanhado de Costa Neves e Costa Martins (dois oficiais da Força Aérea), encontra-se com João Paulo Dinis (JPD), a quem requisitara, nos tempos da Guiné, para locutor do Programa das Forças Armadas. Zeca Afonso está sentado, por acaso, com um casal amigo numa mesa perto. Os conjurados querem emitir um sinal no dia 24, através do Rádio Clube Português, mas JPD diz-lhes que está de serviço, nessa noite, nos Emissores Associados de Lisboa (EAL). Desiste-se do RCP por razões de segurança - JPD não conhece bem o jornalista de serviço no RCP, embora o ache "um tipo fixe". Combina-se que JPD dirá a seguinte frase inócua, através dos EAL: "Faltam cinco minutos para a meia-noite e convosco fica Paulo de Carvalho com 'E depois do Adeus'..."
Fonte: Centro de Documentação 25 de Abril de 1974 - Universidade de Coimbra