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segunda-feira, 23 de abril de 2018

Família e escola

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A instituição escolar, representada por diversos sistemas, rotinas e didáticas, abrem, diariamente, a porta do conhecimento aos seus alunos. Um universo lúdico, repleto de descobertas, experiências, vivências e até fantasias, refletem no desenvolvimento e aprendizagem com expectativas positivas a ponto de alcançar o sucesso educacional – e pessoal.
A família, por outro lado, é a representação mais poderosa na influência e desenvolvimento da personalidade e formação de consciência da criança. A base extremamente estabelecida no âmbito familiar provoca uma sensação prazerosa às crianças, que encontram um espaço natural para  o seu desenvolvimento, cultivo de valores humanos, solidificação da responsabilidade e uma segurança inigualável. 
Estabelecer um vínculo entre os pais e a vivência escolar dos seus filhos não é tarefa fácil. Mas esse elo consegue suprir necessidades físicas, psíquicas e sociais, que as crianças tanto necessitam. Além do ensino nas salas de aula, os deveres de casa e as brincadeiras, a criança precisa de afeto, incentivo e elogios.
Um dos papeis da escola é estabelecer parâmetros para a criança crescer como ser humano, ser protagonista de sua própria história, envolver a família no ensino-aprendizagem e resgatar a dimensão ética do conhecimento. 
 “As crianças gostam muito, sentem-se orgulhosas e importantes ao verem os pais no seu espaço, reforça a parceria entre a família e a escola, proporcionando mais segurança e alegria, o que é fundamental para a aprendizagem”.
Promover a integração da família na escola é uma alternativa para embarcar no período de maior descobrimento e experimentação na vida do aluno. O ideal é que essa relação fortaleça ao longo dos anos, cultivando transformações sociais e culturais, aproveitamento completo do rendimento escolar e desenvolvimento significativo de atributos individuais.


A família portuguesa - Tendências

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Fausto Amaro * ( adaptado )
O QUE É A FAMÍLIA
(..). Na clássica definição de Murdock “A família é o grupo social caracterizado por residência em comum, cooperação económica e reprodução. Inclui adultos de ambos os sexos, dois dos quais, pelo menos, mantêm uma relação sexual socialmente aprovada, e uma ou mais crianças dos adultos que coabitam com relacionamento sexual, sejam dos próprios ou adoptadas.”

(..) Instituto Nacional de Estatística que define a família como o “Conjunto de indivíduos que residem no mesmo alojamento e que têm relações de parentesco (de direito ou de facto) entre si, podendo ocupar a totalidade ou parte do alojamento. Considera-se também como família clássica qualquer pessoa independente que ocupa parte ou a totalidade de uma unidade de alojamento."

ESTRUTURA E TIPOS DE FAMÍLIAImagem relacionada

O número médio de pessoas da família tem vindo a diminuir progressivamente. Em 1920 era de 4,2; (..) 2001 situava-se em 2,8. As causas são conhecidas e estão relacionadas com a queda da natalidade e da fertilidade.
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Alguns estudos em países da União Europeia têm chamado à atenção para um novo tipo de relacionamento conjugal conhecido na terminologia inglesa por LAT (Living-apart-together). Trata-se de casais que não tendo ambos qualquer outro vínculo conjugal, decidem fazer vida em conjunto, mas vivendo cada um na sua casa. Em Portugal não se conhece ainda a dimensão deste fenómeno.
Quanto a novas formas de família originadas na relação entre duas pessoas do mesmo sexo, elas não são referidas nas estatísticas.
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CONSTITUIÇÃO DA FAMÍLIA
A família constitui-se quando duas pessoas decidem viver em comum debaixo do mesmo teto com o objectivo de manterem entre si um relacionamento sexual. A maior parte das pessoas constitui família através do casamento, mas nas sociedades contemporâneas tem sido crescente o número daqueles que constitui família através de uma união de facto e não de jura. (..)
Em Portugal, o casamento de jure  (pela lei)continua a ser a norma e muitos casais que começam a viver em coabitação vêm a casar mais tarde, geralmente por ocasião do nascimento do primeiro filho. O casamento é visto como estando associado a uma maior estabilidade e continua a ter grande importância na população portuguesa. Apesar da maior parte dos casais ter optado pelo casamento,
a idade em que este se realiza tem vindo a aumentar. No período de 20 anos, entre 1981 e 2001 a idade do primeiro casamento passou nas mulheres de 23,3 para 25,3 anos e nos homens de 25,4 para 27,1 anos.

(..)
A VIOLÊNCIA NA FAMÍLIA
Em Portugal o problema da violência na família apenas começou a chamar a atenção dos estudiosos nos anos 80. Entre as formas de violência mais estudadas contam-se os maus-tratos infantis cujo primeiro estudo de âmbito nacional foi publicado em 1986 sob os auspícios do Centro de Estudos Judiciários.Com base nos dados deste primeiro estudo foi estimada a prevalência dos maus-tratos físicos em 13 por cada 10.000 famílias; os maus-tratos psicológicos em 19 por 10.000 e a negligência em 30 casos por 10.000 famílias.
Quem eram os agressores? Para surpresa de muitos, os agressores eram os próprios pais. Estes apresentavam problemáticas caracterizadas por baixo nível de instrução, desemprego, alcoolismo e pareciam ter uma personalidade agressiva. O mesmo estudo identificou também casos de abuso
sexual que atingiam 1% as crianças maltratadas. As crianças, geralmente com idades entre os 9 e os 14 anos, eram abusadas por membros da família ou por pessoas próximas em quem a família confiava. (..)
 Um outro aspecto da violência na família é a violência sobre a mulher, geralmente referida como violência doméstica. Por razões de ordem cultural esta é uma área de maior dificuldade de investigação devido ao facto de haver uma menor sensibilidade social a esta forma de violência. A situação era e é de grande constrangimento social para a mulher que por vezes esconde o facto de ser agredida com receio do estigma social ou das represálias do marido sobre ela ou sobre os filhos.
 Elas são vítimas sobretudo de maus-tratos físicos e maus-tratos emocionais. Tal como acontecia no caso dos maustratos infantis, a principal característica associada ao agressor parece ser o alcoolismo, que estará presente, segundo estimativas em cerca de 70% dos casos.

* Professor e Director do Centro de Estudos da Família
do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas,
Universidade Técnica de Lisboa.

A família em portugal

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Há mais casais sem filhos, mais divórcios, mais agregados monoparentais. Há ainda os pais biológicos, os pais sociais, os novos meios-irmãos e os novos filhos que nascem do novo casal.
Uma mãe e um pai, casados pelo civil e pela Igreja, com um ou mais filhos a viver na mesma casa: este conceito tradicional de família está a mudar. Passados cem anos sobre a primeira lei do divórcio em Portugal, hoje, por cada dois casamentos há uma separação. Ter filhos deixou de ser uma prioridade e há cada vez mais famílias monoparentais.
Há uma média de 72 divórcios por dia em Portugal (2009),  ( 60 por dia em 2016 )contabilizou o Instituto Nacional de Estatística (INE). Há 50 anos, a média era de dois por dia. 
O conceito de família mudou. Segundo a Pordata, actualmente, os casais que optam por ter filhos são cada vez menos, uma tendência que confronta a tradição. Em Portugal, havia 2  224  100 famílias sem crianças em 2005. Três anos depois são 2 357 400 casais.
 E, note-se, em 2008, registou-se 90,4% de mulheres portuguesas sozinhas com os filhos, uma tradição que promete não mudar. A descer nas estatísticas estão os casais com filhos: passaram de 27,3% para 25,8% no nosso país.
As amarras do casamento tradicional deixaram de existir. Valoriza-se  a realização pessoal na procura pela relação e pela família perfeitas.
Há cada vez mais divórcios e a tendência será para continuarem a subir, acreditam os sociólogos. Quer isto dizer que o casamento e a família estão em crise? Não. Quer dizer precisamente o contrário: "As pessoas não se divorciam por deixarem de acreditar no casamento. Dão, isso sim, um sinal de crença reforçada no casamento", defende o sociólogo da família Pedro Vasconcelos. "Rompem com uma família para ir à procura de outra", reforça a socióloga Engrácia Leandro. Nas sociedades modernas, o objectivo é ser feliz.
Prova disso mesmo é o facto de muitas das pessoas que se divorciam procurarem novas relações e, muitas vezes, novas famílias. Segundo Engrácia Leandro, professora catedrática e investigadora do Centro de Investigação de Ciências Sociais da Universidade do Minho, "as pessoas colocam-se a elas próprias acima de tudo. É o processo incessante da busca da felicidade pela felicidade".
Ao contrário do que sucedia no passado (não muito distante, há algumas décadas atrás), em que "a vida estava programada de acordo com um modelo dominante de ideologia e moral familiar, hoje, a moral e a ideologia não são tão tradicionalistas. Há mais liberdade individual", explica Pedro Vasconcelos docente e investigador do Instituto de Ciências Sociais do Instituto Superior da Ciência do Trabalho e da Empresa (ISCTE) da Universidade de Lisboa. Com a modernidade veio a individualização e esbateu-se a rigidez dos papéis do homem e da mulher na sociedade e na família.
Assim, segundo a ideologia actual, "valoriza-se mais a relação e não a instituição. A conjugalidade deixou de estar articulada com o casamento institucional. A formalização da relação passou a ser irrelevante. Em suma, o que é central é a relação" - frisa o sociólogo. 
Num processo de mudança de mentalidades muito lento, casar deixou de ser - na generalidade - uma forma de aceder a um determinado estatuto social, "independentemente da realização pessoal", continua o mesmo investigador. Contudo, ainda hoje são mais comuns os casamentos entre pessoas de condição social semelhante, por exemplo
Não obstante a contagem de um divórcio por cada dois casamentos, no ano passado, a docente da Universidade do Minho afirma, sem margem para hesitações, que "hoje, valoriza-se mais a família". Engrácia Leandro sustenta-se nos mais recentes inquéritos locais, europeus e até mundias que colocam a família, quase sempre, em primeiro lugar. "Não é a família que está em crise", afirma a socióloga. "É o modelo tradicionalista de casamento", complementa o sociólogo da Universidade de Lisboa.
No mesmo sentido, a socióloga Sofia Aboim declarou, esta semana, à Lusa, que "houve uma transformação profunda na forma como as pessoas concebem o casamento. Não já algo a que estão amarradas pelo peso da tradição, mas algo com que podem acabar se não se sentirem individualmente satisfeitas na relação".
Mas, defende Engrácia Leandro, "a família  é o primeiro reduto de felicidade. É o lugar onde as pessoas são pessoas". Na família, as pessoas são o que são. Não são definidas pela sua profissão, pelo seu saldo bancário ou pelo número do cartão de cidadão. E "o conceito de família mudou muito profundamente. Ainda que não da mesma forma em determinados grupos sociais", acrescenta.
O aumento de divórcios, entre outros factores, conduziu ao aumento de famílias monoparentais. São cada vez mais. Mas "já nos anos 40 (do século passado) Portugal tinha a maior taxa de filhos fora do casamento", recorda Pedro Vasconcelos. Invariavelmente, a tradição ainda é o que era no que diz respeito ao progenitor que fica com os filhos - a mulher. Já o homem,  com menos encargos, tem maior facilidade em começar uma nova relação e criar uma nova família recomposta. "A mulher não tem tanta condição de entrar no mercado de casamento, porque é mais sobrecarregada com os filhos", confirma Engrácia Leandro.
 "Hoje tudo é pronto-a-comer, pronto-a-vestir e pronto-a-deitar fora". 
O individualismo e a busca da felicidade pela felicidade ditam, muitas vezes, o final de casamentos e relações após poucos meses de convivência. Nas sociedades modernas, recorde-se, o objectivo é ser feliz. Por vezes, custe a quem custar.
fonte : Jornal de noticias - noticia de Cláudia Luís 07 Novembro 2010 (adaptado )